Saia do operacional e foque no estratégico para lucrar mais até precisar demitir metade da equipe para salvar sua empresa
Quem é empresário com certeza já ouviu por aí que a chave para o sucesso é sair das tarefas operacionais e rotineiras para pensar no crescimento do negócio e enfim tornar sua empresa um grande sucesso que te levará à riqueza enquanto você viaja pelo mundo. Muitos coachs e influenciadores têm propagado isso com frequência nos últimos anos e muitos empresários que têm tentado seguir tais orientações têm se arrependido.
A teoria é incrível e de fato é um dos caminhos para o sucesso, mas a verdade tem batido à porta dos donos de negócios com muita brutalidade. A realidade é implacável e o reflexo aparece no extrato financeiro cada vez mais negativo, não à toa, boa parte desses gurus têm feito demissões em massa nos últimos tempos para se adequar.
Naturalmente, para tirar um sócio do operacional, é necessário contratar pessoas e delegar tarefas. À medida que as equipes crescem, mais burocracias são necessárias, logo, mais pessoas são contratadas para controlar cada vez mais tarefas. Além disso, mais tempo é despendido para treinamentos e mais cursos são pagos. Enquanto as despesas explodem, o faturamento não cresce na mesma proporção. Tarefas básicas se perdem porque tendem a não ter mais um responsável único enquanto o fundador da empresa acredita que esteja tudo ocorrendo bem.
Junto a isso vem a perda de qualidade do serviço, a falta de atenção ao cliente, funcionários cada vez mais insatisfeitos, problemas de relacionamento crescentes, rotatividade atingindo níveis recordes e os donos das empresas sem saber o que fazer para contornar a situação.
Até que por fim algo precisa ser feito para que a empresa sobreviva e uma grande demissão e corte de custos precisa ocorrer para que a empresa possa respirar. É nesse momento que o empresário para e pensa: “o que eu fiz com minha empresa?”. Em grande parte dos casos, apenas manter a estrutura inicial já seria suficiente para garantir uma rentabilidade para o negócio sem grandes emoções.
O problema infelizmente não se encerra aí. Agora é necessário quitar diversas parcelas de impostos atrasados e empréstimos a taxas absurdas que vão levar anos para serem encerrados, sem contar as multas de demissões e fornecedores que ficaram em aberto.
A intenção de fazer sua empresa crescer é louvável, mas a vida real mostra um caminho muito mais árduo. Não queremos defender que os sócios da empresa se acomodem com tarefas básicas e não pensem no crescimento do negócio, de forma alguma é isso que pensamos.
A Roama tem atendido diversas empresas que passaram por esse processo traumático e tem conseguido se recuperar, mas tudo poderia ter sido evitado se fosse feito com planejamento e foco em rentabilidade no lugar de foco em crescimento a literalmente qualquer custo.
Antes de decidir por expandir o time, pense bem se o crescimento está limitado pela falta de pessoas ou por outros motivos. Se a sua empresa ainda nem é lucrativa, não pense em expansão e sim em fazê-la se tornar lucrativa com a estrutura atual ou em uma estrutura menor.
Caso seu negócio seja lucrativo, garanta que sua empresa consiga arcar com as novas despesas, treine muito bem sua equipe, não tome decisões de expansão sem ter uma boa reserva financeira antes e corrija os problemas antes que eles se tornem uma bola de neve.